Eu falei noutro dia o quanto gosto de bacalhau.
Só que desse jeito eu nunca havia feito, por achar que ia muita cebola. Recebi um convite da  Carbonell pra preparar e provar o bacalhau feito com essa receita bem tradicional e vou falar: Fica incrível!

A Carbonell é a empresa líder de mercado na Espanha, um país com uma rica história envolvendo o azeite. Os espanhóis reconhecem há milhares de anos como o azeite é delicioso, versátil e saudável. A Carbonell seleciona apenas as melhores azeitonas espanholas, garantindo assim uma qualidade constante. A tradição e a sensação de qualidade vêm sendo encontrada no azeite de Antonio Carbonell desde 1866. Bastante tempo, né?

Eles estão com um site bem informativo sobre azeites e com uma nova embalagem, valorizando ainda mais o desenho Art Nouveau, do rótulo. Ele mostra uma senhorita espanhola de Córdoba com as mãos em um ramo de oliveira. Ela apareceu pela primeira vez em um cartaz, mas logo estampou cada lata e garrafa de azeite. Daqueles rótulos classicões que você bate o olho e reconhece de cara.

Como eu disse, essa receita é incrível! Ela foi criada por um taberneiro do Bairro Alto, em Lisboa, que se chamava Brás. A sua popularidade levou-a a atravessar a fronteira com a Espanha, sendo por vezes possível encontrá-la também em restaurantes espanhóis como “revuelto de bacalao a la portuguesa” ou “bacalao dorado“.

E o melhor, ela é beeeeem fácil de se fazer!

• 800g de bacalhau;
• 4 colheres (sopa) de Azeite Extra Virgem Carbonell;
• 1 dente de alho amassado;
• 3 cebolas grandes cortadas em rodelas finas;
• 6 ovos ligeiramente batidos e temperados com sal e pimenta do reino;
• 2 xícaras (chá) de batata palha;
• 1 colher (sopa) de salsa picada;
• Azeite Extra Virgem Carbonell para regar.

Coloque o bacalhau numa tigela, coberto com água fria. Cubra a tigela com filme plástico e deixe na geladeira, por 36 horas, trocando a água de vez em quando. Escorra o bacalhau, retire a pele e as espinhas, desfie a carne, usando as mãos. Reserve.

Aqueça em fogo brando o Azeite Extra Virgem Carbonell , junte o alho, a cebola e refogue até dourar ligeiramente a cebola.

Acrescente o bacalhau desfiado e cozinhe, mexendo de vez em quando, por cerca de 20 minutos, em panela tampada.

Junte os ovos batidos e continue cozinhando, mexendo com um garfo até os ovos ficarem cremosos, mas não secos. Acrescente a batata e misture. Verifique o tempero e acrescente sal se necessário.

Passe a mistura para uma travessa, polvilhe com a salsa e sirva imediatamente. Regue com Azeite Extra Virgem Carbonell a gosto no momento de servir.

Essa receita cai como uma luva para os dias de Páscoa que estão vindo por aí… e pra todos os outros dias do ano!

Brioche.
De Nutella.

Preciso mesmo falar mais, meus chapas?

Preciso sim! Afinal, minha inspiração para essa receita veio de um dos blogs que mais gosto de todos: O Technicolor Kitchen, da Patrícia Scarpin.

O TK é um colírio para os olhos, a Pat é uma doceira de mão cheia, e nos últimos dias ela publicou uma receita de Brioche recheado com amêndoa com compota de ameixa. Eu já tava com um comichão de fazer brioche e pensei: Porque não fazer essa receita dela, recheando com Nutella? Mais ou menos assim:

Modéstia a parte, uma idéia simples, mas genial, que resultou nessa belezinha aqui:

Eu segui a receita da Pat de cabo à rabo, tirando a parte do recheio. E só posso falar uma coisa pra vocês: Façam!

Transcrevendo parte da receita dela, você vai fazer assim:

• 500 gramas de farinha de trigo;
• ½ colher (chá) de sal;
• ½ xícara (100 gramas) de açúcar cristal;
• 10 gramas de fermento biológico seco;
• 140 ml de leite integral morno;
• 5 ovos médios;
• 250 gramas de manteiga sem sal, bem molinha;
• 1 pote (350 gramas) de Nutella.

Coloque a farinha na tigela grande da batedeira (você vai usar o batedor em formato de gancho).

Coloque o sal e o açúcar sobre a farinha de um lado da tigela e o fermento do lado oposto. Junte o leite e os ovos e misture em velocidade baixa por 2 minutos.

Passe para a velocidade média e misture por 6-8 minutos ou até que uma massa macia e elástica se forme. Junte a manteiga e continue misturando por mais 4-5 minutos, raspando as laterais da tigela periodicamente para garantir que a manteiga se incorpore completamente à massa – esta será bem molinha.

Cubra a tigela com filme plástico e leve à geladeira por uma noite ou por pelo menos 7 horas – assim a massa ficará firme o bastante para ser moldada.

Unte com manteiga uma assadeira de 20x30cm.
Tire a massa de brioche da geladeira e transfira para uma superfície levemente enfarinhada. Sove 3-4 vezes e então, com um rolo, abra a massa em um retângulo de 35x20cm.

Espalhe a Nutella de maneira uniforme sobre a massa. Enrole como um rocambole, começando pelo lado mais longo. Corte em 9 fatias (eu consegui cortar em 6 apenas) e arrume-as na assadeira preparada deixando aproximadamente 2,5 de distância entre uma e outra. Cubra com um pano de prato limpo e seco e deixe crescer por 1 hora.

Pré-aqueça o forno a 190°C. Asse os brioches por 20-25 minutos ou até que dourem bem. Sirva morninhos ou em temperatura ambiente.

Depois de pronto, prepare-se pra provar a massa mais macia de todas! Se durar meia hora, é milagre!

Taí uma comida que é tão, tão básica, mas eu nunca havia publicado por aqui: Bacalhoada.
Sério, me digam aí: Tem alguém que não goste de bacalhoada?
É daquelas comidas que ou você faz pra bastante gente ou você faz um tanto pra comer por vários dias seguidos, sem enjoar.

O que é, geralmente, o meu caso. Um bom pedaço de bacalhau costuma ser caro, mas vale a pena, pois rende muito.
Gosto de comprar de vez em quando, preparar esse prato e ir comendo durante a semana, um dia com arroz branquinho, noutro com (mais) batatas), noutro em sanduíche, noutro com uma simples salada de folhas verdes.

Não tem como errar esse prato, tanto que a receita é toda à olho: O grande segredo está em ter paciência para dessalgar o bacalhau. O resto, é ter vegetais frescos, um bom azeite e o principal: fazer com amor! É certeza de sucesso!

Eu gosto de fazer assim:

• cerca de 1 quilo de bacalhau do porto salgado;
• cerca de 1 quilo de batatas, descascadas e cortadas em rodelas altas;
• um pimentão verde, um vermelho e um amarelo, todos grandes e cortados em tiras compridas;
• 2 cebolas médias fatiadas bem finamente;
• 1 talo de alho poró fatiado em rodelas fininhas;
• uns 6 tomates bem vermelhos cortados em tiras;
• bastante azeite dos bons (tipo uns 200 ml);
• uns 5 ovos cozidos, cortados em rodelas grossas;
• duas cabeças de alho inteiras;
• uns 200 gramas de azeitonas pretas das boas;
• 1 xícara (chá) de salsa picadinha;
• pimenta do reino moída na hora à gosto;
• sal, se necessário;
• água, para cozinhar tudo.

Como eu disse, o segredo está em dessalgar o peixe. Faça isso, lavando tudo muito bem da primeira vez e colocando os pedaços em uma bacia com água, que deve ser trocada constantemente, umas 6 vezes em 24 horas. Ou seja, você deve começar à fazer esse prato de um dia pro outro, ok?

Com o peixe dessalgado, retire a pele e leve para o fogo, para cozinhar por uns 20 minutos. Minha mãe chama esse processo de “aferventar”, eu só não falo isso aqui pois não sei se o termo está certo…

Enfim, depois de o peixe estar cozido, espere esfriar e retire os espinhos, tomando cuidado para não quebrar muito os pedaços de carne. Não jogue a água em que você cozinhou o bacalhau, pois você vai cozinhar as batatas lá mesmo, para elas já irem pegando sabor.

Cozinhe as rodelas de batatas por alguns minutos, até elas começarem a ficarem macias. Não devem ficar muito molengas, pois senão irão desmanchar nos próximos passos.

Coloque um pouco de azeite numa frigideira e dê uma dourada nos pedaços de bacalhau, depois nas rodelas de batata.

Reserve, e tenha calma, pois logo logo você vai ter isso aqui na mesa:

Na mesma frigideira, adicione um pouco mais de azeite e faça um belo refogado, dourando a cebola e o alho poró, depois adicionando os pimentões fatiados, cozinhando até eles ficarem levemente macios, mas ainda um pouco crocantes.

Monte o prato, intercalando as batatas, os pedaços de bacalhau, o seu refogado e os pedaços de tomate (eles não vão no refogado para não sumirem, por isso só entram agora). Coloque as azeitonas por cima de tudo e nos cantos da assadeira, disponha as cabeças de alho cortadas como na foto, pois vão dar aroma e ficarem deliciosas depois de assadas.

Cubra tudo com mais azeite, tempere com a pimenta do reino e o sal, se necessário e leve para o forno, por uns 20 minutos.

Os ovos são colocados só depois que o prato sai do forno, caso contrário eles ficarão borrachentos. Decore com bastante salsa picada e sirva.

Se sobrar, pode ter certeza de que você vai ter outras boas refeições nos próximos dias, pois o sabor só melhora!

 Pra fazer sempre, sempre, sempre!

A @chocolatria falou num dos últimos posts dela, sobre uma coisa que nós, blogueiros, temos em comum e que vem me incomodando um pouco há algum tempo: A vontade de sempre trazer novidades pra vocês.

O cozinha pequena já tem mais de 750 receitas publicadas. Tem noção do que são 750 receitas? É muita coisa!

Frango assado é uma das comidas mais frenéticas que existem: Pode ser o protagonista daquele almoção de domingo, tem aquele aroma incrível, pode ser uma comida pra ser esbaldar e usar as sobras (se existirem) pra inúmeros preparos.

Só que frango assado também pode ser sinônimo de decepção. Se eu falei que o aroma é incrível, o sabor pode ser insosso e a carne seca e dura… quem nunca passou pela situação de comprar um frango de padaria pelo cheiro, chegar em casa e se desanimar?

Eu já! E por isso, sempre que posso, faço eu mesmo em casa, com a técnica que vocês vão aprender aqui. É uma delícia, tando que se sobrar alguma coisa quando você fizer é milagre. Olha só como vai ficar:

A ideia é simples: Trocar a umidade natural do frango por uma umidade temperada, vinda de uma salmoura. Mark Bitman explica em seu livro “De tudo um pouco”:

A ideia por trás da salmoura faz sentido: mergulhar a carne em uma solução com sal por algumas horas ou dias, dependendo do tamanho, para promover uma troca de umidade por osmose. A água temperada é absorvida, resultando em uma carne mais úmida, macia e saborosa.

Eu sempre fiz frangos do jeito tradicional, temperando por fora e as vezes colocando um pouco de azeite ou manteiga por baixo da pele, mas eu garanto: esse jeito é ainda melhor! Dá trabalho, mas compensa. Olha o peito do frango, como fica molhadinho:

Pra fazer é assim:

Comece comprando um frango de aproximadamente 1,5kg. Sugiro comprar na feira, pois são mais frescos, geralmente abatidos no dia anterior.

Para a salmoura, você precisa de:

• 500ml de água;
• ½ xícara de chá de sal;
• 1/3 de xícara de chá açúcar;
• 2 folhas de louro;
• meio maço de tomilho fresco ou 2 colheres de sopa dele seco;
• 2 colheres de chá de pimenta da jamaica, quebradas;
• 1 colher de chá de zimbro, também quebrado (se não tiver zimbro, apenas omita-o do preparo);
• 2 colheres de chá de pimenta do reino, quebradas;
• 3 cravos da índia, inteiros;

Na hora de assar o frango:

• 2-3 colheres de sopa de azeite;
• 1 maçã, ou 1 cebola, ou 1 limão siciliano ou 1 cabeça de alho, todos cortados ao meio;
• sal e pimenta do reino.

Coloque todos os ingredientes numa panela, exceto o azeite, e leve ao fogo alto, para ferver por 1 minuto. Desligue o fogo, acrescente mais 1 litro de água aproximadamente e coloque na geladeira, até que o líquido esteja completamente frio.

Coloque o frango nessa mistura. Ele deve ficar completamente submerso. Se precisar, acrescente um pouco mais de água. Deixe o frango na salmoura por 24 horas ou por até 2 dias, no máximo.

Na hora de assar, retire o frango da salmoura, descarte o líquido e seque bem o frango com papel toalha. Escolha entre a maçã, a cebola, o limão ou alho, e coloque o ingrediente dentro do frango

Amarre o frango e besunte o azeite de oliva por toda a sua superfície. Coloque um pouco de sal e pimenta do reino e leve ao forno pré-aquecido em 200 graus por aproximadamente 1:30h.

Em casa, o frango foi assado direto no espeto giratório do forno. Tenho sorte por ter um forno assim, mas dá pra fazer numa assadeira, na boa. Se quiser, no meio do preparo, vire o frango com o peito para baixo, para dourar a parte traseira. Desvire no final, para deixar a parte frontal sequinha.

E pra ficar melhor ainda, sirva acompanhado dos melhores acompanhamentos já criados para o frango assado: batatas assadas, ou um nhoque ou uma massa, com um molho de tomate bem caprichado, como esse aqui.

A santíssima trindade do almoço de domingo!

Esse é daqueles pães que você faz e o povo não espera (e nem deveria esperar) para devorar! Quentinho, com um pouquinho de azeite, é daquelas coisas que fazem valer a pena qualquer trabalho ou espera na cozinha.

Debaixo de uma casquinha bem crocante, uma massa fofinha, saborosa, entremeada com linguiça fatiada bem fininho. Aqui em São Paulo é servido em algumas pizzarias, como entrada, antes de a pizza chegar à mesa. Eu posso dizer que uma ou outra pessoa gosta desse pão até mais do que da pizza, sabe?

Eu aprendi a receita da pizzaria Bráz, e vou dizer: Não é difícil de fazer! Olha só o que você vai precisar, para um pão desse naipe aqui:

• 15 gramas de fermento biológico fresco;
• 1 colher de sopa de açúcar;
• 10 mililitros de azeite de oliva extravirgem;
• 1 colher de sopa de sal;
• 300 mililitros de água mineral sem gás;
• 700 gramas de farinha de trigo;
• 500 gramas de lingüiça calabresa cortada em fatias finas. Você pode utilizar linguiça toscana também (eu prefiro), mas precisa dar uma fritada nelas antes, com um pouquinho de azeite, até dourarem;
• 1 pitada de orégano;
• mais um pouquinho de azeite de oliva para untar a assadeira;
• outro tanto farinha de trigo para abrir a massa.

Coloque numa vasilha grande o fermento e o açúcar, misturando até virar um creme. Junte o azeite de oliva e o sal. Junte a água, que deve estar à temperatura ambiente.

Sempre trabalhando com uma das mãos, vá colocando a farinha. Não coloque tudo de uma vez, pois vai dificultar tudo, portanto vá aos poucos. A massa costuma levar uns 10 a 15 minutos para soltar das mãos, ficar mais ou menos lisa.

Após a massa soltar das mãos, comece a sovar. Mas com carinho, nada de força, ok? Sove por uns 10 minutos, divida a massa em três partes e faça bolas, enfarinhe-as e deixe-as descansar por umas duas horas na temperatura ambiente, cobertas com um pano limpo. As bolas vão crescer bastante, quase dobrar de tamanho!

Após o tempo de crescimento, abra as massas com um rolo, deixando elas em formato redondo, como se você fosse fazer pizzas.

Espalhe por cima de uma das massas 1/3 da linguiça, temperada com um pouco de orégano, e enrole. Não use muita força para enrolar, mas deixe bem apertado, certo?

Agora, coloque 1/3 do recheio espalhado pela segunda massa, coloque o primeiro rolinho de massa por cima e enrole de novo. Faça a mesma coisa com a terceira massa.

Coloque em uma forma de furo central, ou numa assadeira, retinho ou mesmo no formato que eu fiz (pois não iria caber em meu forno) e deixe descansar por 3 horas.

Antes de assar, quando faltar meia hora desse descanso da massa, pré-aqueça o forno à 180 graus. Assim que a massa descansar, leve para assar, até ficar com uma cor dourada, bonita como a da foto.

É só servir! Se quiser cronometrar e brincar de bater recorde de velocidade para o pão acabar, fique a vontade!

Aqui em casa eu baixo o recorde toda vez!